O meu nome é Cris e de momento sou umha estudante de Direito na Faculdade de Ourense.
Curso terceiro grau, pelo que sim: ainda sou muito nova para saber nada de Direito, menos sobre a vida, muitíssimo menos sobre trabalho e outras responsabilidades… Mas, aos 21 anos que tenho bem gastadinhos, jà vivim experiências bastante dramáticas que agora não toca contar.
Tinha muitas ganas de começar a escrever, mas custava-me muito pelo medo. Umha estudante que se está a formar, de que vai falar? Um medo que também noto que existe entre o próprio estudantado e que é lógico sentí-lo. A nossa formação é dirigida, desde que somos catives, a estruturar-nos dentro do marco do mercado laboral. Ah, Bacharelato de Ciências Sociais: obrigado por me ensinar que o mercado está para satisfacer a necessidade des consumidores! Viva o entrepeneurismo! Mas a comunicação é fortemente castigada e, em troques, temos umha competitividade selvagem entre nós por ficar dentro do que se considera “o normal”.
Temos medo de nos equivocar, a não parecer umhes burricãos que não temos nem ideia da vida e que se riam de nós, alentado muitas vezes por pessoas que tratam de fazer-nos ver como esterco e deixar claro que aqui não pintamos nada.
Por isso queria escrever. Tratar de lhe dar umha visão jurídica aos temas da atualidade quando se está a começar é complicado, mas se podo aprender um 1% cada dia, com isso estou satisfeita. O meu interesse foca-se bastante no âmbito laboral (cousa estranha, porque sou umha pessoa que não dobrou o cerniço na vida), mas também publicarei sobre outras temáticas. Com tudo, sei que o Direito está para o que está: umha ferramenta do Estado para o controlo da sociedade e manter a hierarquia ideológica da classe dominante, e é algo que tenho e terei muito presente.
Com tudo, também vejo coherente partilhar as minhas experiências estudiantís e as dos meus companheires, que tanto sofremos pela excessiva competitividade, pelo estrés, a ansiedade; as formas de estudo e aplicação dos nossos conhecimentos num mundo onde a titulitis conseguiu, ainda mais, a segregação do alunado e a precarização des trabalhadores mais novos, bem seja do que estudarom (e aqui um artigo muito interessante sobre como se aproveitam des noves nos despachos de advogades), ou bem têm que se adicar a outra cousa ou incluso emigrar. Realidade que afeta cada dia a mais pessoas e, coma elas, eu também penso que o futuro não vai ser muito melhor.
Bom, sei que os começos são duros e que seguramente me vai custar colher um bom arranque, mas ao primeiro é o que toca. O importante para mim era começar a escrever os meus pensamentos e que estes quedaram gravados num blogue; não me quero pôr instagrammer ou algo assim, mas algo que assinalei antes foi a minha gana por aprender. Sim, aprender a poder defender as minhas ideias e que com estas poida ajudar a outra gente, porque o conhecimento que não se partilha é conhecimento perdido.
Deixar atrás o individualismo é outra das metas que persigo, além de formar-me e conseguir, ao menos, poder desenvolver-me por mim mesma um bocadinho de nada. Um pequerrechinho, só pido isso! Espero não aborrecer muito e tentar que as gralhas não se notem demasiado.
Muito obrigado por me leres!